quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A qualidade do encontro entre o adulto e a criança no momentos dos cuidados corporais.




"Insistirei um pouco sobre a importância das contribuições do Instituto Emmi Pikler-Lóczy, em Budapeste. 
(...) Uma enorme atenção é dispensada nos momentos de encontro com cada criança, na ocasião dos cuidados dirigidos a ela, na alimentação e nas trocas de fraldas, por exemplo. Mas entre esses momentos – nos quais a cuidadora intervém certamente pela qualidade de sua presença (via sua função continência, sua função de verbalização e sua função transformadora no sentido bioniano do termo)  a criança vive momentos de atividade livre cuja a função é também importante. 
Não se trata de deixar a criança só, como alguns puderam acreditar. Trata-se ao contrário, de deixar a criança, ou essas crianças, ao lado desse adulto, porém sem relação direta com ele, que se encarrega nesse momento de outra criança. Durante esses momentos de atividade livre, é de fato muito impressionante e emocionante ver a criança se lançar em um verdadeiro trabalho psíquico: tudo se passa como se ela tentasse, apoiando-se nas lembranças do recente encontro com adulto, simbolizar ou pré-simbolizar esses restos mnésicos através da manipulação dos objetos colocados à sua disposição, ou até mesmo de seu próprio corpo"

B. Golse. (2003) Sobre a Psicoterapia Pais-Bebês: narratividade, filiação e transmissão. São Paulo: Casa do Psicólogo. (Coleção 1˚Infancia)

Além de ser Presidente da Associação Internacional Pikler-Lóczy, BERNARD GOLSE é pediatra, psiquiatra infantil e psicanalista. Chefe do serviço de psiquiatria infantil do hospital Necker- Enfants Malades, em Paris, professor de psiquiatria da criança e do adolescente das Universidades Paris V e Paris VII. Membro superior do "Conseil Superieur d'adoption" (Conselho Superior de Adoção), na França. Presidente do Grupo WAIMH – (World Association for Infant Mental Health) da Língua Francesa, afiliada a WAIMH. Autor do Livros: O Desenvolvimento Afetivo e Intelectual da Criança – Ed. Artmed - Sobre a Psicoterapia pais- bebê: narratividade, filiação e transmissão. Coleção Primeira Infância - Ed. Casa do Psicólogo

Um comentário:

  1. A criança se lança no seu trabalho, o "trabalho do bebê", como tão bem o próprio Bernard Golse definiu.
    Importante pensar que devemos estudar com afinco as fases do desenvolvimento do bebê. Do ponto de vista biológico e psicológico. Teremos, então, mais confiança em nosso verdadeiro papel e entendermos a profundidade da AUTONOMIA.

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